Gosto de falar que o marketing é mais definido por permanências do que por mudanças, ao contrário do discurso predominante.
Parece o dia da marmota: algumas previsões reaparecem há anos, sempre criando a falsa impressão de que “tudo muda o tempo todo”.
As previsões não estão erradas. São apenas tendências de longo-prazo que gostamos de acreditar que irão ocorrer um pouco mais rápido do que elas de fato ocorrem. Alguns exemplos da nuvem de palavras habituais:
“Integração de estratégias” “Privacidade e fim de Cookies” “Mídia Segmentada”
“Decisões com dados” “Content Safety e ESG” “IA IA AI AI ML” “Brandformance”
“O CPM vai aumentar”
Na esperança de adicionar alguma novidade aos bordões habituais, arrisco aqui 5 tendências que, acredito, vão marcar 2025 no ecossistema de mídia e mensuração:
Acredito que os canais de ‘meio do funil’ são aqueles que possuem maior tendência de crescimento. Destaco - CTV, Reels, TikTok, Youtube Ads e DOOH.
São canais mais acessíveis do que a mídia tradicional de awareness, mas que funcionam bem para geração de demanda e descoberta. Com modelos de mensuração cada vez menos dependentes de cliques e tracking, estes canais tendem a ganhar destaque nos planos.
“Ah, mas cadê retail-media?” Não está aqui.
O Marketing Mix Modeling é o principal modelo de mensuração de ROI que olha para todo o funil. Historicamente, por questões técnicas, esteve restrito aos anunciantes gigantescos, sobretudo de varejo.
Com avanço na automação acredito que irá se tornar um padrão de mercado para anunciantes de todos os tamanhos.
Compreender “Inferência Causal” é a habilidade mais importante para o marqueteiro data-driven nesta década. Irá nos ajudar a compreender de forma precisa o papel de mídias relacionadas a encontrabilidade (retail-media / search), bem como novos formatos de consideração.
Há anos falamos em experimentos, testes de incrementalidade, geolifts. Mas a verdade é que estas agendas ainda não tracionaram fora dos corredores dos grandes veículos. 2025 veremos isso mudar.
O impacto mais importante da IA no curto-prazo será a melhoria na capacidade de metrificação criativa. É um consenso cada vez maior que grande parte do retorno de uma campanha se deve ao criativo, e não simplesmente à veiculação de mídia.
A aceleração nas tecnologias de reconhecimento de imagem por IA, associadas à métricas comportamentais, nos permite transformar essa qualidade imponderável em métrica. Será essencial incorporarmos essas medidas no stack de atribuição.
Conforme a atribuição por clique recebe novos amigos (MMM, MTA, Experimentos), a capacidade de unificar esta agenda e garantir consistência será fundamental. Cada modelo de mensuração serve um propósito específico, e sem uma agenda coesa e unificada a multiplicidade irá gerar mais ruído do que sinal.